terça-feira, 7 de maio de 2013


Sempre fui o primeiro a apontar o meu dedo mais sisudo e enumerar, em ordem alfabética, todos quesitos que a desqualificavam como popstar. Há mais de dez anos, se a guerra do pop nacional fosse uma arena dicotômica busca aê no google, fatalmente penderia para o lado 'Sandy' da força e jogaria trinta quilos de sal nela também. Hoje, mais velho, tenho feito o exercício de escutar e assistir ao que me apresentam despido de preconceitos, para, só após, dar uma opinião embasado no que conferi.  Com ela, foi mais difícil realizar a façanha, mas o fiz. E, longe do resultado que esperava, eu gostei do que vi... muito.

Se você é um adolescente ou jovem pueril que não sabe de quem estou falando, não tem problema, sou legal eu te conto: trata-se da Wanessa ex-Camargo. Ao que parece, a garota encontrou seu caminho e, de fato, começou a brilhar. Há poucos dias, a jovem - que tive o prazer de conhecer -lançou o seu segundo DVD, intitulado "DNA tour". Se o resultado dessa empreitada é o produto genuíno do dna artístico da cantora, não sou capaz de dizer, mas ela estava radiante: cantando, dançando e fazendo um festa, junto com plateia de fãs formada, em sua maioria, por meninos gays, conjecturo.

O show é apresentado em três atos: o primeiro mais obscuro, que representa o mais instintivo, irracional e maléfico da vida. Já no segundo, a odisseia percorre um plano mais usual, o físico; espaço para explorar o sexo e ritmos mais latinos. E o terceiro, onde a viagem termina, no encontro com a luz e a sonhada redenção. Tudo isso ambientado em uma estrutura assimétrica hi-tech para popstar nenhuma colocar defeito, recheado de elementos cenográficos de última geração e de uma equipe de dançarinos bastante competentes. Ah, sim, o vocal de Wanessa também não está nada mal.

Mas nem só de coisas boas a DNA Tour é feita. Algumas músicas são totalmente descartáveis, como a parceria da cantora com o Naldo se for assistir, passe essa.Em outro momento o som é até bacana, mas a performance não sustenta o hit: ela canta 'blow me away' em cima de uma cama, mas não convence mesmo ainda mais depois de assistir o que, por exemplo, Madonna e Britney aprontam em uma caminha no palco...  Outro ponto que quase me fez desistir antes de o show começar foi o vídeo de abertura, parte em que, geralmente, o artista expeli um prólogo do que está para acontecer. No caso da Wanessa, o mesmo foi feito em inglês. Não precisava, ficou forçado. Exagerou na 'gringacidade'.


Acho que vale a pena ressaltar que a obra atual da artista é em inglês. Não condeno! O tipo de trabalho proposto não casa muito com o nosso idioma. E, apesar dos versos incompreensíveis para grande parte do público dela, esse tipo de pop abre brechas para que se misture elementos como o dance, dubstep, hip-hop e funk, além de ritmos hispânicos. Como não sou bobo e nem nada, saquei que ela almeja alçar voos fora dos limites tupiniquins.

Obviamente, é inegável a influência das stars internacionais na concepção dessa nova fase de Wanessa, que  chegou a esse patamar devido a parceria com o bom produtor Mister Jam. Você consegue enxergar um pouco de Madonna, Britney, Gaga... Talvez o dna não seja tão dela assim, mas, falemos sério, a música pop atual não é formada por diferentes rearranjos de sintetizadores? Apesar disso, arrisco que ela que ela esteja  no caminho. É, claro, que  medida que a o som da aspirante a diva for se difereciando (misturar samba e funk, por exemplo nessa salada de recursos fonográfico, por exemplo), as chances de sucesso são maiores.

Brian Tanak foi o diretor coreográfico do espetáculo

Ah, preciso falar da coreografia sim, sou fissurado em dança, que foi criada por Brian Tanaka, dancer que já trabalhou com Beyoncé e Rihanna. Aprovado! Vale ressaltar que o crítico musical do New York Post, Jarett Wieselman, escreveu uma nota sobre ela dizendo que "Stuck on Repeat foi a melhor dance music que ele tinha escutado nos últimos anos". Se até um camarada foda da gringa elogiou, nada mais justo do que eu respeitar e torcer para que a carreira da moça dê certo.

No mais é ligar o som e, se gostar do que ouvir, levante do sofá e comece a dançar, celebrando a cultura pop como ela merece.

"Hey, all my ladies, you'all so beautiful. You got so much style, oh yeah, hair and soul"...







Ps: Rafinha Bastos, ainda estou do seu lado. Não se preocupe!!! =)

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6 comentários:

  1. Deu pra perceber que o show dela é uma versão piorada do show da Madonna. Sim, eu sei que eu não to dando nem uma chance pra ela e nem quero dar. Já acho ela uma pessoa ridícula, para escutar uma imitação caída das divas do pop americano, escuto as originais.

    A Wanessa fez um trabalho pra brilhar lá fora, mas ela nunca chegará aos pés de Britney, Beyoncé, Gaga, Madonna. Ou seja, ela só podia ser uma 'diva do pop' aqui no Brasil, lugar que ela virou as costas.

    Então, Wanessa, vai tomar no cú :D

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  2. Duas palavras: vergonha alheia! Tenho muita vergonha de dizer que tenho um cd dela em casa...hahahahaha (eu tinha 15 anos, dá um desconto).

    Rafa, vamos ter que concordar em discordar. Ela não me desce e não serve para ser diva nem no Brasil, nem fora dele.

    Então, Wanessa, vai tomar no cú :D [2]

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  3. Wanessa ta no caminho certo, artista tem mesmo é que almejar vôos cada vez maiores. O tipo de som que ela propõe poder ter sim, uma visibilidade maior no exterior, assim como no Brasil. Não acho que isso seja dar as costas ao país natal, pelo contrário: é uma forma de chamar atenção para a musicalidade brasileira, que não é só samba ou bossa-nova pra gringo. Estamos falando de musica pop, onde nada de cria já que muito já foi feito e é difícil desvencilhar de comparações. Agora, acrescentar sempre é possível e tenho certeza que ela é capaz. A garota não é uma sub-madonna, ou sub-gaga e muito menos sub-britney ( até porque ela CANTA ), ela é simplesmente ela mesma.

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  4. Chamar atenção pra musicalidade brasileira cantando em inglês e fazendo o mesmo tipo de música que eles fazem por lá?

    "ela é simplesmente ela mesma" hauhauhauhauhauhahauha

    Ela é simplesmente o trabalho de um produtor, pensada pra 'brilhar lá fora'. Nada de original nisso. E chamar ela de sub-gaga é um puta elogio, que ela não merece! hauhauhauha

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