sexta-feira, 3 de maio de 2013



Ele cantou a juventude como ninguém. Embalada, na maioria das vezes, por simples acordes de violão e/ou de guitarra, a poesia musicada não é simplesmente assimilada, mas reagem profundamente no campo emocional. Pessoas capazes de provocar essas sensações e arrastar multidões  que cantam,  em coro, refrãos atemporais  podem ser consideradas mitos. Hoje, 03 de maio, a história de um desses super humanos será contada no cinema. “Somos tão Jovens”, dirigido por Antonio Carlos Fontoura, narra a vida de Renato Russo, líder da Legião Urbana, desde a sua adolescência até o início do estrelato, em 1987, quando a banda lançou o disco “Que país é este?”. 

Nas telonas, quem dá vida ao rockstar tupiniquim é Thiago Mendonça, que  parece ser um Manfredini (sobrenome da família de Renato Russo um pouco de cultura não faz mal, people) de verdade. Para interpretar o astro, a ator aprendeu a manipular os instrumentos e a soltar o gogó: durante as gravações, ele cantava e tocava de verdade, fato que deu ainda mais realidade à história. Chupa, Cazuza s2. O resultado, eu garanto, foi bastante próximo ao original, floreado por uma atuação para nenhum integrante ou herdeiro da “geração coca-cola” colocar defeito. 

A história do longa começa em Brasília, no final dos anos 70. Renato, então, era um jovem estudante e professor de inglês. Convenhamos, um início um tanto ordinário para aquele que viria a se tornar a grande lenda do rock nacional. Mas, mesmo naquela época, já era possível notar as inquietudes de um gênio que estava prestes a tomar forma e cantar para o mundo as suas poesias.


Antes do aveludado timbre grave, Renato – junto com a juventude de classe média alta de Brasília – flertou fortemente com o punk, com vocais rasgados (e nem sempre afinados) da mesma forma que os líderes do movimento: os ingleses do Smashin Pumpkins. Esse é o contexto em que a primeira banda de Russo, o Aborto Elétrico, é criada. Só depois, quando a onda gringa passa, é que a faceta de trovador solitário - inspirado por artistas como Bob Dylan -  começa a se desenvolver até se  tornar no que conhecemos.

Carmem Manfredine, sister de Renato, é interpretada por Bianca Comparato. A dupla de irmãos protagonizam cenas em que os conflitos fraternos se desenrolam de forma tão natural, que chega a ser encantador. Confesso, no entanto, que a dobradinha que ganhou meu coração foi a de Renato com Ana, interpretada por Laila Zaid. Na trama, ela representa as amigas e namoradas do cantor; lindo de ver. Quero uma amiga assim, GOD.



Em suma, o filme retrata uma trajetória musical recheada de descobertas e dilemas, ambientado no local que foi eternizado como celeiro do celebrado rock oitentista brasileiro. Merecem destaque o Edu Moraes, camarada que interpreta Hebert Vianna, vocalista do Paralamas do Sucesso; e Ibsen Perucci que faz o  Dinho Ouro Preto – que formou o Capital Inicial com alguns dos integrantes do extinto Aborto Elétrico. Sem mais spoiler eu assisti ao filme, mas você ainda não.

Se você conseguir assistir ao filme sem cantar, se arrepiar ou se emocionar, me mande um e-mail, ok?

Para você que é filho da revolução, algum burguês sem religião, se considera (ou já se considerou) o futuro da nação, essa é – com certeza-é uma boa pedida.

Clique aqui e veja o trailer

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