domingo, 27 de outubro de 2013




“A cultura pop estava na arte. Agora a arte está na cultura pop, em mim”. Essa frase nada humilde é um verso que compõe o hit “Applause”, primeira música de trabalho do novo disco da Lady Gaga. Apesar de ainda faltarem algumas semanas para o lançamento oficial do quarto disco, intitulado “Artpop”, a ‘mother monster’ vem usando e abusando de seu poder midiático para promover esse, que segundo ela, é o melhor trabalho de sua carreira. “Pô, Rafa, todo cantor diz isso quando está prestes a apresentar um novo CD”, você, leitor sagaz, deve está dizendo agora. Mas, neste caso, é diferente: a promoção do compilado está sendo feita como se, de alguma forma, fosse revolucionar o mercado, ou como disse a própria, junto com sua equipe criativa ‘House Of Gaga’, “iniciar uma nova era na indústria musical”. 

É um plano bastante pretensioso e, claro, gera muita expectativa com o que está por vir. Esse é exatamente o ponto do receio: e se não for tão bombástico assim? Enquanto não vestimos as nossas togas neon e pegamos o nosso martelo prateado para dar a sentença desse caso pop, podemos correr pelas beiradas “boderlines” só os inteligentes vão sacar e ponderar com o que temos até o momento.

“Applause” chegou às paradas e ficou em primeiro lugar em muitos países, apesar de ter dividido o holofote com “Roar” da Katy Perry (essa guerra fria, inclusive, foi a inspiração para o próximo episódio de Glee). Para a divulgação do single – e também dessa nova fase -, Gaga abriu o Video Music Awards desse ano e, enquanto entoava os versos da canção, ela foi recuperando sua estética que o mainstream abraçou desde quando ela chegou ao mercado: primeiro, os cabelos curtos e casacos de ombreiras da era “The Fame”, depois a peruca em que usou em sua “The Monster Ball tour”, até chegar ao ápice, vestida de “Venus”, da obra renascentista “O Nascimento de Venus”, de Botticelli; considerada por muitos como a perfeição da arte. Nesse contexto, a cantora quis dizer que toda a trajetória por qual passou, a trouxe para esse momento: o seu apogeu.
(VMA 2013)




Pelas performances que ela vem executando, um visual mais “clean”, menos estranho, estão dando o tom das apresentações. Além do primeiro hit, duas outras boas surpresas já soaram oficialmente em nossos ouvidos: “Do what you want”, que foi lançado como música promocional, mas fez tanto sucesso que acabou se tornando o segundo single do disco (também graças a participação do R. Kelly); e “Venus”, uma ode ao poder feminino.  A própria Gaga, quando estava pensando em escrever algo sobre o assunto, pediu que “todos aqueles que tivessem um pênis saíssem da sala”. A música soa estranha em um primeiro momento, diferente de “Do what you want”, que é amor à primeira vista.

Está claro que a ideia é fazer pop de uma forma adversa a que o mercado está fazendo no momento. Outro ótimo exemplo disso é a música “Aura” (além de mim, a Vanessa também adora). Também vale ressaltar que os vocais dela estão com uma qualidade superior aos outros álbuns, que já eram ótimos – ela apresentou outras canções novas do Itunes Festival, em agosto.

Mesmo com todos esses pontos positivos, somados à experiência “ARTOPOP”, que, segundo ela, irá misturar “tecnologia, arte, música e moda” será mesmo, bitch,  será suficiente para iniciar uma nova era na indústria musical?

Além do mais, o refrão da faixa-título do álbum diz algo como “nós poderíamos pertencer um ao outro (ART (e) POP”. A música é ótima, mas essa coisa de juntar arte e música pop, como se fosse a primeira na vez na história, pode soar como arrogância.

De qualquer forma, “ARTPOP” tem todo o potencial para ser o melhor álbum de Lady Gaga. Nesta história toda, talvez o único engano seja a Lady Gaga querer promover um rebuliço no mundo pop que, talvez sem saber, ela já protagonizou nos anos de “The Fame” e “The Fame Monster”.

Qual você gosta mais:


ou


Queremos saber!

Tagged: , , , , , ,

2 comentários:

  1. Esse album tem tudo pra ser o melhor dela mesmo ... Em algumas musicas, voce ate consegue ver uma diferença, com uma pegada mais eletronica, mas daí para "revolucionar" e "reinventar" tem um longo caminho.

    Ainda não ouvi todas as músicas, mas por enquanto, Do What U Want é a melhor com certeza! Melhor até que muitas musicas do Born This Way. Gaga <3

    ResponderExcluir

Décimo Andar © 2013 | Powered by Blogger | Blogger Template by DesignCart.org