quinta-feira, 10 de outubro de 2013


O diretor Nicolas Winding Refn passou por momentos difíceis quando sua mulher engravidou. Na época, o fofo sentiu muita raiva e violência dentro de si e não sabia como liberar esses sentimentos. Então, ele teve uma ideia de como fazer isso e, ao mesmo tempo, trazer ao mundo algo desnecessário e sem sentido. Assim nasceu o filme "Apenas Deus Perdoa" (Only God Forgives, no original). É sério! Essa história é verdadeira


Esse lindo filme, fruto de sentimentos tão maravilhosos, conta a história de Julian (Ryan Gosling), um cara com sérios problemas familiares, dono de uma academia de luta/negócio de drogas em Bangcoc. Nas horas vagas, Julian vai a uma "casa de entretenimento", para ver Mai (Yayaying Rhatha Phongam... sério, esse é mesmo o nome da atriz) dançar e se masturbar. Em uma bela noite, seu irmão Billy (Tom Burke) estupra e mata uma menina de 16 anos. Por que? Existe algum trauma ou ele é apenas um porco doentio? Não interessa. Cabe ao público imaginar.

Para trazer justiça, o policial Chang (Vithaya Pansringarm) obriga o pai da menina a matar Billy e depois corta o seu braço. O braço do pai da menina. Não o de Billy. Billy já virou carne moída. Para levar outro tipo de justiça, a mãe de Billy vai para Bangcoc e pede que Julian vingue a morte do irmão. Com uma boa dose de violência gratuita, os dois lados da moeda se enfrentam e buscam a tal da justiça. Ao redor desse embate, temos os relacionamentos estranhos de Julian e Mia i touch myself e Julian e mamãe incestuoso.

Ok, até aí, no papel, não parece tão ruim. Mas o filme cai para o lado do "vamos dar as mãos e ser cults" com loooongas longas cenas sem diálogos, closes desnecessários e muito nada, em uma grande sequência de nada. Só para ter uma ideia, Ryan Gosling tem apenas 22 falas durante o filme e uns 40, 50 minutos de puro silêncio (não, eu não contei, eu pesquisei). E parece que toda a vez que o filme não tem para onde ir, surge alguém cantando uma música aleatória.

Fica difícil não sair do cinema com a sensação de "e daí?", "qual é o propósito desse filme? deixar todos com o sentimento de raiva e violência?". Em entrevistas, o diretor fala muito de sua visão de Deus e como Chang é espelhado nessa concepção, mas isso não é transmitido para o público através do filme. O policial - o Anjo da Vingança - só consegue arrancar risadas do cinema com suas apresentações e sua espadinha malvada. Bitch, please, Beatrix Kiddo would kick your f*cking ass. Não, Deus não salva e nem Ryan Gosling.

Conclusão: recomende esse filme para todos que você odeia.

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