Música pop é assim: a gente escuta uma vez, se vicia, e, às
vezes, enterramos o mais novo hit do nosso coração antes mesmo de ele completar
o primeiro aniversário, embalando os nossos ouvidos e fazendo com que os nossos pés não fiquem parados. Por outro lado, também existem canções dessa mesma natureza que
entram no setlist da nossa vida: seja porque lembre algum evento especial ou,
simplesmente, provoque arrepios no fundo as sua alma... “Uau, como estamos
profundos hoje!”
Na real, não sabemos em qual categoria essas quatro músicas
vão se encontrar. Então, enquanto não descobrimos, que tal nos esbaldarmos com
esses ótimos hits? Para isso, queridões, com o nosso altruísmo sagaz,
selecionamos essas canções lançadas recentemente que estão dando o que falar. Tem para todos os
gostos: desde exemplares com erros de gramática para você se esbaldar na buacthy
até outros um tanto melancólicos para refletirmos sobre a nossa “juventude
problemática e transviada” – "olha a gente sendo profundo de novo."
Caso você viva em Marte e não conheça alguma delas, nós, do
Décimo Andar, recomendamos o play. Se odiar pode falar com a gente. Se amar,
fazemos coraçõezinhos uns para os outros utilizando as mãos, combinado?
à
Break Free – Ariana Grande
Apontada pela imprensa internacional como a “Mariah Carey da
nova geração”, Ariana, de 21 anos, deixou as influências R&B de lado no
segundo single de seu segundo álbum, intitulado My Everything. Nesse EDM (Eletro Dance Music), ela canta como
está mais forte do que antes, agora que se libertou de um amor
problemático. Claro, com esse enredo de canção (produzida pelo mago Max Martin)
é “lógico” que no clipe ela seja uma heroína intergaláctica, que liberta os
amigos ET’s de um vilão igualmente ET, mas com traços orientais. Uma espécie,
digamos, pretensiosa de “Oops! I did it again”. Apesar do cabelo da Ari e do
premeditado erro de gramática na música (“now the I’ve become who I really are”),
a gente amou...muito.
Shake it off - Taylor Swift
Taylor em seu novo álbum, intitulado 1989, resolveu romper
com o country e mergulhar fundo no pop – um caminho natural depois de seu último
compilado “Red”. Enquanto não conferimos
se ela vai continuar a vender milhões de discos (uma das poucas que ainda consegue)
e ganhar prêmios após a repaginada, podemos nos deliciar e balançar ao som de “Shake
it off”. Na canção, a jovem, de 24 anos, fala em deixar de lado o que as pessoas pensam e ser do
jeito que é; uma espécie de “Rala sua mandada”, só que do jeito fofo e doce da
Taylor.
A cereja do bolo, além da música ter uma batida frenética
com um refrão para lá de chiclete, é a zoação que a Taylor faz consigo mesma.
Ela entendeu que pode até se transformar em uma ultra popstar, além de
ultra country star, mas vai ter que atingir a proeza sem dançar... a loirinha não
tem o menor talento para isso. O legal é notar que a delicinha, no vídeo, após essa constatação, mostra o quanto é desengonçada em todos os segmentos, com um grupo
de rap, ballet, jazz etc. No fim, ela termina se remexendo do jeito dela,
desengonçada com outras pessoas também desengonçadas. JOGADA DE MESTRA. Muitas
pessoas se identificam e amam o clipe de primeira. Com a gente não foi diferente...
Happy Little Pill - Troye Sivan
Primeiro single do álbum de estreia desse camarada sul-africano, que é ator na
Austrália. O som soa como uma balada EDM
melancólica, após uma ressaca oriunda de uma noite vazia regada à bebida e
drogas. É quase um inebriante sussurro... O mais interessante é que o dono da canção tem
apenas 19 anos, é gay e é dono de um rosto para lá de angelical – uma pessoa que,
definitivamente, você não imaginaria cantando esse tipo de música. É como se um
artista da Nickelodeon tivesse ficado maduro e viciado precocemente e o
aspirante a hit fosse a redenção... Com
certeza vale o play.
Chandelier – Sia
Ok, essa é recente, mas nem tanto... Colocamo-la aqui porque provavelmente estamos falando da melhor música lançada em 2014... A
conferir! Mas, além de deixar claro que o jeitão da Rihanna não é tão genuíno
assim (a Sia compôs Diamonds para ela, por exemplo), a cantora provou que música pop
pode ser maior, muito maior do que a estética que a envolve. Durante a divulgação, Sia se apresentava como o rosto virado para a parede. E o devaneio
melancólico de casa frase era contemplado pelos rápidos passos de ballet de uma
garotinha de 11 anos - ela também protagonizou o clipe. Não fica claro, que sob os holofotes de Chandelier, Sia se parece
uma popstar, mas certamente ela soa como uma... e das Grandes!