O quinteto subiu ao palco alinhadíssimo, todos com ternos azuis e camisas brancas. O tempo fez bem aos, outrora, rapazes. Vê-los mais maduros, cantando e dançando como antigamente, deu a impressão de que uma fenda no tempo e espaço havia se aberto e todos estavam presos no meio de tantos refrãos chicletes.
Deu para todo mundo brilhar. O Nick é o que mais gosta de ser popstar; o Kevin, que recentemente voltou ao grupo, dança muito bem (ele está bem bonito, mas o peso da idade é mais aparente nele); Howie conseguiu fazer alguns solos e hoje consegue se destacar mais ( os falsetes do cara são realmente bons); mas os melhores são o AJ e o Brian. Os dois têm as melhores vozes e as notas agudas, existentes em quase todas as músicas — as canções dos BSB possuem uma fórmula basica: primeira parte, refrão, segunda parte, refrão, ponte e "hora de mostrar extensão vocal". Além disso, o badbboy e o mister simpatia são mestres no quesito entretenimento. Protagonistas.
Outro ponto alto é o bloco acústico dos show. Com três violoes, um teclado e um cajón, letras melosas em "acapella" denotam o caminho que o grupo pode seguir. Os próprios disseram que começaram a empreitada para terem uma alternativa quando "não puderem mais mexer aquilo que suas mamães lhes deram". Como esse tempo ainda não chegou, Howie e AJ foram bons no quesito "shake de bunda". Não fizeram feio.
No show desta segunda-feira está ficou claro o desafio da carreira doa Backstreet Boys: a renovação de público. Formado maioritariamente por mulheres, a plateia consistia em meninas e (alguns) meninos de antigente, os jovens adultos que viveram o auge do grupo. Ainda são muitos (mais escandalosos do que nunca), mas não o suficiente para encherem estádios nos quatro cantos do planeta como no início dos anos 2000. Importante: nós, do Décimo Andar, somos jovens. Muito jovens.
Os destaques, claro, vão para os clássicos: "The One", "All I have to give", "Show Me the Meaning of Being Lonely", "Larger than" e.. momento para respirar.. "Shape of my heart". Esta última incluída no setlist para o show tupiniquim. Dá-lhe, galera!!!
"In a world like This tour" está a todo vapor desde 2013 - além da divulgação do último álbum homônimo, a digressão é comemorativa dos 20 anos de Backstreet boys. O repertório foi claramente pensado nesse sentido: eles tocam tudo o que o publico quer ouvir e cantar, pincelando, entre um bloco e outro, o novo material. A América Latina é o destio final da turnê, que passou pelos cinco continentes em um total de 176 apresentações. Eles têm o que comemorar, né, Brazeel? Afinal, são poucos os artistas que podem comemorar a marca de 130 milhões de disos vendidos... mesmo que a maioria deles tenham sido comercializadas há cerca de 15 anos.
Como a cereja do bolo, os Backstreet Boys deixaram “Everybody” e “Larger the life” para o final apoteótico. Performando as coreografias originais, em meio a pulos e gritos, era como se quisessem dar um recado: cuidado, desavisados, aqueles que vieram para uma viagem nostálgica aos tempos de adolescência correm o sério risco de saírem apaixonados pelo grupo de novo. A tática deu certo...e muito!
Os meninos se apresntam novamente no Rio na próxima quinta-feira (11). Nesta quarta, será a vez de Belo Horizonte receber o show. Em São Paulo, serão mais três concertos. A turnê nacional termina na segunda-feira (15), em Porto Alegre.
Setlist:
The Call
Don't Want You Back
Incomplete
Permanent Stain
All I Have to Give
As Long as You Love Me
Show 'Em (What You're Made Of)
Show Me the Meaning of Being Lonely
Breathe
I'll Never Break Your Heart
We've Got It Goin' On
Drowning
10.000 Promises
Madeleine
Quit Playing Games
The One
Love Somebody
Shape of My Heart
In a World Like This
I Want It That Way
Everybody
Larger Than Life
